5 de dez. de 2013

A mulher neo contemporânea

Estilos, cores e tendências à parte, o esmalte deixou de ser um simples acessório, para ocupar um lugar de destaque no perfil da mulher neo contemporânea. Exercendo a função de cartão de apresentação dessas mulheres, o que nos possibilita conhecê-las, até certo ponto, apenas pelas unhas. Há até quem escolha a cor de esmalte, baseado no humor do dia, mas esse aspecto merece um estudo mais aprofundado.

Inovações e Tendências

Entre as décadas de 1920 e 30, as divas do cinema hollywoodiano são de extrema importância para a difusão do uso de esmaltes. Essas estrelas foram responsáveis pelo ar de sofisticação e elegância que o produto adquiriu, além de despertar para o uso de variados tons de vermelho. Também nessa época, as unhas ganham brilho e um leque diversificado de tonalidades. Nasce então a tendência de combinar a maquiagem dos lábios com o esmalte das unhas. Em seguida é desenvolvido um esmalte com perfume, mas não teve êxito. Cada vez mais o interesse pelos esmaltes floresce.

 

Pode-se dizer que 1934 é o ano das inovações. São criados: uma unha colorida artificial que é aplicada e removida com facilidade sem causar danos à unha natural; uma unha postiça própria para unhas roídas, chamada Nu Nails; o “Esmalte Líquido para Unhas” de textura semelhante aos esmaltes de hoje; além de se iniciar uma exploração dos pigmentos para esmaltes. Mas o avanço desse ramo não parou por aí, a tecnologia foi ficando mais completa e complexa, como as máquinas que imprimem imagens digitais nas unhas.



A partir de 1970, a palavra chave é ousar e a cor do esmalte não tem mais que combinar com a roupa. Agora a moda é: esmaltes sintéticos, várias técnicas para deixar e manter as unhas super longas, incrementar a unha com pedras preciosas e outros acessórios, além do esmalte. Surge a arte de esculpir desenhos com texturas e cores futuristas nas unhas, com palito de dente e, posteriormente, com pincéis variados. Todas essas novidades possibilitam a criação da profissão de designer de unha. Desde então, foram idealizadas inúmeras inovações no universo dos esmaltes. Atualmente, a gama de cores cobre todo o seu espectro, é quase interminável, de tão variada. O fato é: até onde a indústria da beleza é capaz de ir para instigar a vaidade feminina?

Séc. XX: modelo precursor do esmalte




Junto com o início do século XX, surge o modelo precursor do esmalte de unha da atualidade, que foi criado por Michelle Menard e foi inspirado nas tintas para carros. Ele era aplicado no estilo denominado de meia lua, só no centro das unhas. Com isso, os esmaltes vão reconquistar seu espaço, investindo em soluções coloridas e transparentes que eram aplicadas com um pincel de pelo de camelo que duravam, porém, apenas poucas horas. Algumas mulheres tinham, ainda, o costume de usar pós e cremes para massagear as unhas e as polir para dar brilho.


No ano de 1910 é fundada a Flowerey Manicure Products, a primeira empresa de artigos de manicure em Nova York. Em 1914 é registrada a patente para a proteção das unhas, utilizada na época para proteger as unhas dos operários dos agentes químicos. Em seguida, em 1917, a Vogue impulsiona o mercado dos esmaltes com o anúncio “Não Corte a Cutícula. Use a técnica Simplex, de Home Manicuring”, que consistia em um conjunto com esmalte, removedor de cutículas, polidor de unhas, caneta branqueadora de unha, lixa de papelão e um folheto explicando como fazer as unhas em casa.

Cuidados com as unhas

No período de 1800 d.C., uma virtude extremamente valorizada era o recato em geral. O cuidado com as unhas não ficou de fora desse padrão. Os esmaltes extravagantes foram deixados de lado, e passou a se prezar a delicadeza da unha feminina, que dizia respeito à unhas discretas, curtas, suavemente arredondadas e moldadas por uma boa lima. Ocasionalmente as perfumava com óleo vermelho e as polia com uma tira de couro macio.


Em 1830, na Europa, foi inventado o Pau de Laranjeira, que foi o primeiro instrumento de manicure e é usado até hoje para auxiliar na remoção das cutículas, empurrando-a para os cantos da unha. Antes dele, já se retirava a cutícula, porém, com diferentes tipos de metal e ácidos não apropriados. Já em 1892, a partir da criação de um novo método de cuidados para as unhas, incluindo um ciclo de palestras sobre o assunto, aparecem os primeiros salões de manicure.

Evolução

Não está claro como o esmalte evoluiu depois da antiguidade. A princípio, eles eram confeccionados com goma arábica, clara de ovo, gelatina e cera de abelhas, e a coloração era basicamente preta. Depois começou-se a usar pétalas para obter ouras cores. Fora isso, a tecnologia para o tratamento das unhas ficou relativamente estagnada até a Idade Contemporânea. Avançando para esta época, pode-se fazer um panorama histórico das sociedades dos séculos XIX e XX sobre a evolução dos esmaltes, cuidados com mãos e unhas e costumes relacionados.

Antiguidade

Diante de tantas utilidades no mundo contemporâneo, é difícil imaginar que o esmalte já era peça cotidiana para a realeza do Antigo Egito e que, desde essa época, os chineses, italianos e japoneses possuíam o costume de colorir as unhas. Por volta do ano 3500 até 3.100 A.C., as egípcias já pintavam as unhas, inicialmente, com a cor preta, à base de henna. Com o tempo e a variação da coloração, o esmalte passa a ser indicador da classe social, sendo que as classes mais baixas pintavam as unhas com tonalidades claras, e os tons intensos e vibrantes, como as variantes do vermelho, eram relegados à família real e à nobreza.


Na China, o esmalte também possuía o poder de distinção social, de acordo com a coloração e o comprimento das unhas. Unhas compridas eram sinal de nobreza, tons de vermelho e metálico eram para as classes mais elevadas na hierarquia social, os guerreiros tingiam as unhas de preto antes das batalhas, sugerindo coragem. Essas diferenciações eram tão valorizadas que existiam severas punições para quem as desrespeitasse. Já os romanos foram além do tingimento e começaram a apreciar e difundir os cuidados com as mãos e unhas. Para o polimento das últimas, utilizavam materiais abrasivos.