A psicologia do
consumo busca identificar quais são os padrões de comportamento de cada grupo
de consumidores e entender o que as motiva a preferir este ou aquele produto, quais
aspectos conscientes e/ou inconscientes interferem no momento da compra.
Em estudo de caso
realizado, num universo de oito consumidoras de esmalte
do sexo feminino, entre 04 e 62 anos, pode-se constatar que, independente de
personalidade, preferências por cor, ou disposição, todas, sem exceção, pintam
as unhas, pelo menos uma vez por mês ou para eventos e ocasiões especiais.
Outro ponto em comum é a sensação de “arrumada” que as entrevistadas
compartilham quando pintam as unhas, se sentindo mais bonitas, asseadas e
femininas.
Já em relação às
cores dos esmaltes e às Nail Arts, há opiniões divergentes. A maioria das moças
relatou uma preferência, por tons clássicos, claros, pastéis, além de não
fazerem artes nas unhas. Os motivos variam: praticidade, melhor contraste com a
cor da cútis e cabelo, formalidades da profissão, “cores escuras me dão a impressão de aumentar o tamanho do meu pé”, afirma
Fábia Maria Pimentel, de 47 anos.
Amanda Barreto, com
apenas quatro anos, por influência dos programas televisivos e procurando se
sentir parte do universo adulto, relata que, mesmo não tendo idade para fazer
as unhas por completo, já as colore todos os dias com cores vivas,
principalmente o rosa, por remeter à boneca Barbie, além de abusar dos adesivos
e desenhos. Ela, assim como Bianca Burlacchini, de 14 anos, admite pintar as
unhas com cores intensas, como o preto, por exemplo, para se sentirem mais
maduras. Já Edelzuita Santos, de 34 anos, que também descarta as cores claras,
conta:
Eu comecei a usar esmalte por causa da mania que eu tinha de roer unha. Deu certo, então continuei.
Além disso,eu gosto da sensação de estar com as mãos bonitas. Gosto dos tons
escuros como o vinho, café, preto e sou apaixonada pelo acabamento final que o
esmalte Rebú dá ao café e ao vermelho. Eu gosto de fazer arte nas unhas. Acho
que fica mais charmosa quando a unha tem um detalhe a mais. Minha estima
aumenta.
Ao serem questionadas sobre como se sentem quando fazem o uso de esmaltes
e se há algum ganho emocional nisto, a maior parte das entrevistadas concordou
que, ao pintarem as unhas, aumentam a sua auto-estima e se sentem bem consigo
mesmas, já que a “aparência exterior interfere na maneira como nos vemos
interiormente”, conta Bianca. Já Amanda Valois (26) e Isabelle Filgueiras (27) possuem outro pensamento;
admitem não sentir nenhuma diferença emocional quando usam esmaltes. No caso de
Erica Lis e Gledsneli Lins (62), há ainda a questão de se apresentarem
elegantes, sem desleixos, para o universo feminino, onde a vaidade está à flor
da pele e é vista com extrema importância hoje em dia, o que, para elas, destacam,
muitas vezes é algo negativo.
Outro fator
interessante que surgiu sobre o último questionamento foi o esmalte na relação
com o parceiro. Enquanto Isabelle relata que tem preferência por esmaltes que
realcem a aliança de casada, Edelzuita diz gostar quando seu namorado percebe
que ela fez as unhas e a elogia por isso.
No quesito compra de esmaltes, há uma
tendência a consumir mais do que vai se usar. Amanda Valois e Fábia Maria
confirmam, respectivamente: “Eu compro
com mais frequência do que pinto! Vejo um que gosto e compro, mas depois fico
com preguiça de pintar”, “Costumo comprar esmaltes quando acho bonita a cor,
mas fica em casa quase perdido.Sempre acho que por não ir ao salão, devo ter em
casa para emergências”. Em contrapartida, Erica Lis Costa, de 20 anos e
Isabelle Filgueiras costumam pegar emprestados esmaltes de familiares ao invés
de comprar.